Em filosofia, o desejo é uma tensão em direcção a um fim considerado pela pessoa que deseja como uma fonte de satisfação. É uma tendência algumas vezes consciente, outras vezes inconsciente ou até mesmo reprimida. Quando é uma tendência “consciente”, o desejo é uma atitude mental que acompanha a representação do fim esperado: “a acção”, que nada mais, nada menos, é o conteúdo mental relativo à mesma (tendência). Enquanto elemento apetitivo, o desejo distingue-se da necessidade fisiológica ou psicológica que o acompanha por ser o elemento afectivo do respectivo estado fisiológico ou psicológico.
Tradicionalmente, o desejo pressupõe carência, indigência, ou seja, um ser que não fosse carente de nada não desejaria nada, seria um ser “perfeito”, ou até mesmo um Deus. Por isso Platão e os filósofos cristãos tomam desejo como uma característica de seres finitos e imperfeitos, não seja também o “desejo” um pequeno “pecado”.
Metafísica
O desejo é um tipo de sentimento. Isso significa que ele faz parte do sujeito, agente ou pessoa, sem fazer parte do mundo, a não ser na mediada em que a pessoa faz parte do mundo. O desejo é uma atitude mental do sujeito em relação ao mundo. É subjectivo, não objectivo.
Epistemologia
O desejo é um tipo de sentimento. Isso significa que temos acesso imediato e não inferencial ao mesmo. Ainda assim, estamos sujeitos ao auto-engano e outras falhas relacionadas ao auto-conhecimento na exteriorização dos nossos desejos.
Desejo como atitude mental
Em epistemologia, desejo é um tipo de atitude mental. Os desejos podem ser atitudes mentais proposicionais ou acusativas, conforme o contexto. Quando se apresenta como atitude proposicional, trata-se de um desejo em que certo estado de coisas, este se dá em relação ao mundo. Quando se trata de uma atitude acusativa, trata-se do desejo de certa coisa ou objecto.
Podem existir desejos de ordem superior, isto é, desejos em relação aos nossos desejos. Neste caso é um género de: “sonhar com um sonho”.
Harry Frankfurt explora os desejos de ordem superior na sua explicação de livre arbítrio. Ele dá exemplos de desejos de ordem superior como os seguintes:
- Desejar x, e desejar desejar x.
- Desejar x, mas desejar desejar não-x.
- Desejar x, mas desejar não ter desejo em relação a x.
- Desejar x, e ser indiferente sobre desejar x (não ter desejo de segunda ordem).
- Ser indiferente sobre x, e desejar a indiferença sobre x (não ter desejo de primeira ordem).
- Ser indiferente sobre x, mas desejar desejar x (não ter desejo de primeira ordem).
- Ser indiferente sobre x, e ser indiferente sobre desejar x (não ter desejo nem de primeira nem de segunda ordem).
Ética
O desejo foi tema importante das configurações da ética como morais metafísicas, tais como as que encontramos no estoicismo e no epicurismo.
Estoicismo
Para os estóicos, a felicidade está não em desejar que ocorra o que queremos, mas, ao contrário, em desejar o acontecimento.
Epicurismo
Para os epicuristas, a felicidade e até mesmo a riqueza, está em desejar ou querer apenas quilo que já se tem.
“Desejo” - Alguns Significados:
1)
Diferentemente da necessidade, que indica a privação de uma satisfação básica, o desejo é uma atitude de: emoção moldada ou cultural ou por traço de personalidade ou por estilo de vida.
2)
Estado mental em que um dado acontecimento, acção, objecto ou estado, é representado como atraente, agradável ou apetecível. Em filosofia da mente, atribui-se ao desejo (e à crença) um papel central na explicação da acção e do comportamento humano. Alguns filósofos, como Hume, defendem que o desejo é o "motor" da acção moral e que sem desejo esta não existiria.
3)
Desejos - são carências por satisfações específicas para atender as necessidades mais profundas.
4)
Vontade de obter ou usufruir de algo. Quanto mais difícil de concretizar ou realizar mais forte esse desejo se torna.
_____________________________________________________
.
Assunto interessante este, pois existem muitas formas de definir um "Desejo".
Em filosofia, na metafísica, na epistemologia (coisa que não sabia o que era...), no sentido de atitude mental, ou até mesmo de ordem superior, como a nível ético, estóico ou ainda Epicuro.
.
Apenas tirei uma conclusão geral de toda esta pesquisa:
«O desejo, em geral, tem haver com uma felicidade interior, que provém de um prazer, de um sentimento, de uma atitude ou acção, tendência, uma emoção ou ainda uma carência.»
.
Mas o que é certo é que o desejo é de facto um motor da acção moral e que sem desejo essa acção não existiria!
.
Por isso deseje, emocione-se e principalmente, deixe o seu motor agir naturalmente seguindo e concretizando o seu DESEJO!
.
Pois: Quem "Deseja", só atende as suas necessidades mais profundas... E quem sabe, não acaba por realizar essa carência...
.
(By: Juh_)